sexta-feira, 23 de março de 2012

Acorda, vem olhar a Lua...Que Lua? 
Porventura não percebeu que é dia?
Te enches assim, entufando-te de ironia
Ou não queres partilhar a tristeza que é só Tua?

Companheiro, entenda-me o instante sereno
Em que a nostalgia me assombra a alma
Neste dia quente, sem vento e sem calma
A saudade me espeta, afoga-me como um veneno

Não te compreendo, amado amigo
Do que estás a falar com as lágrimas a escorrer?
Falavas tanto da vida, do riso e pareces morrer...
O que te incomoda? O que te deixas aflito?

Não me entendes porque ainda não viveu
Nem adquiriu a experiência que tão somente necessitas
Tens medo de amar e desde sempre tu evitas
Não compreenderás a dor de um amor que morreu.

Se acaso me lamento, e desato da garganta o nó
É porque a saudade me espreme, por inteiro, os pulmões
E onde vivo agora, um inferno cheio de ilusões
Apenas aumenta a sensação e a certeza de que estou só.

Não te assombres, nem te assuste com minha situação
Mesmo que me atentes não poderás me compreender
Sou como o Sol, que de frente não se pode ver
Só Deus consegue sondar meu coração.

Gustavo Leão

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