terça-feira, 31 de maio de 2011

Oh, Solidão




Tao triste meus caminhos foram, oh Solidao
Perdido nas sendas d’um improvavel pensamento
Lavando em lágrimas salgadas o meu lamento
Ele aproximou-se com doçura e estendeu-me a mão

E eu, que outrora, nada conhecia, oh Solidão
Levou-me a um horizonte tão desconhecido
Carregou-me para longe, e eu, tão envolvido
Em seus carinhos aliviei-me a aflição

Casei-me com ele em pensamento, oh Solidão
E decidi deixar-te à mercê do meu esquecimento
Contigo era somente dores e tormentos
Com ele, eu morro e ressuscito de Paixão

E nos amávamos com fervor, oh Solidão
E esquecia-me por completo de tua existência
Esquecia-me sempre daquelas tuas ‘reticências’
Que feririam-me o tao sedento coração

Mas não te assombres, no entanto, oh Solidão
Se visitar tua casa em tempo recorrente
Isto podes te parecer um tanto incondizente
Mas a distância torna-se o pivô desta questão

Tu não entendes portanto, oh Solidão
Nos dias que dele me encho de ausência
Meu coração implora por clemência
E  tropeço novamente em tuas mãos

E nesse choro de saudades, oh Solidão
As lágrimas pintam-me, no rosto, a Palidez
Suportando aos poucos desse amor, a excassez
Luto forçosamente a libertar-me de tua prisão

Mas não te felicites comigo, oh Solidão
Se, portanto, choro como fosse uma criança
Meu reencontro contigo é apenas passageiro
Meu coração bate impregnado de esperança
Ele me provará que seu amor é verdadeiro
E finalmente verei-me livre de tua perseguição.

                                                                      Gustavo Leão

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Ensaio sobre Nós!



Realmente somos um equilibrio...Somos tao diferentes e tao complementares que creio ser isso o que nos mantém sedentos, felizes e ‘completos’ em relação ao outro. Meu moribundo otimismo em relação à Felicidade e teu sutil pessimismo tão cheio de vigor a isso nos deixa tão felizes, em uma guerra, desejosos de ‘provar’ um ao outro que ‘não é bem assim’, mas que ‘pode ser bem assim também’. Adoro quando meu outro ser se revela em você. Adoro ver meus medos materializados nas tuas palavras, nos teus atos, até no teu beijo...Isso me faz sentir ‘pedaço’...e como tal, necessito de minha ‘metade’, e então, meu quebra-cabeças parece se ajustar...Tudo se encaixa e reparo que sou diferente, que sou especial, que sirvo a mim mesmo e à minha felicidade, à nossa felicidade...Por outro lado, vejo que preciso mudar, que preciso ser um pouco ‘os outros’ e sobreviver nessa selva escura e sedutora chamada Paixão!
Não! Não digo Paixão, porque ela passa...é como fogo em combustível líquido, queima rápido e já foi...Refiro-me a Amor mesmo, que é semelhante à fogo de Lenha, que vai queimando, consumindo aos poucos...sendo construído e reforçado vagarosamente, sutilmente aos poucos, com trocas, favores, sacrificios, mudanças, beijos e mais amores! É...é o amor! Existente até na alma dos descrentes, surge, semeia, floresce...delicado como vidro, bonito como cristal e resistente como diamante! E nessa lapidação do amor que as coisas vão-se ajustando, se adequando, se adaptando...E as almas se ‘aprisionando’ cada vez mais e decidindo a cada dia estarem mais unidas, mais próximas, mais cumplices e alimentando a reciprocidade, fortalecendo, criando raízes, memórias, músicas que durarão por muitissimo tempo...é...o Amor...Quem vai entender? Melhor sentir!

sábado, 14 de maio de 2011

Ensaio sobre a Morte

Sabe, não tenho medo da Morte...Tenho medo da Saudade que ela provoca!

A saudade é o sentimento mais urgente que existe. Felizmente existem saudades que se saciam em reencontros, em ligações, em desabafos, em lágrimas, em lembranças...
Infelizmente, existem saudades que são eternas...E piores ainda são aquelas que não foram regadas pelo consolo da 'Despedida'... Saudades temperadas com arrependimento são o câncer da alma, o cárcere dos sentimentos...
Hoje durante um enterro, fiquei a lembrar de tantos avós, tios, primos e amigos que ficaram para trás...tantos que não tive como homenagear com minhas lágrimas de despedidas...acabei regando arrependimentos e produzi frutos atrasados em meus olhos...Triste decepção...Que saudade...!
Pensei também a respeito da morte: Esse fenômeno de libertação espiritual, em que finalmente nos livramos deste invólucro precário e oxidável chamado CORPO e podemos ser plenos, em totalidade!
A alma é eterna...Fiquei feliz com a possibilidade de futuramente encontrar a todos em algum outro possível 'plano espiritual'. Mesmo que ele não exista, fico feliz, então. em encontrá-los no meu 'plano imaginário'....E caso ele (plano espiritual) exista...Será que vai demorar??? Nossa...Que Saudade...Será que vai demorar???
...

Mas mesmo que demore, será como um segundo diante da eternidade da alma!
...
Será que no meu enterro, alguém sentira saudades?
...
Será que serei esquecido em um 'relicário', sozinho, morto, como naquela sala ao lado???
...
Será que serei honrado com boas lembranças?Com risos?
...
Hoje foi o falecimento do pai de uma amiga muito querida...Dedico este post a ela!Força, amiga!
Um ótimo dia a todos, regados de muitas saudades!!!!

domingo, 8 de maio de 2011

?

E quando as lágrimas não cessam? O que fazemos??
Simples...
Choramos num jardim!