quinta-feira, 21 de julho de 2011

O LUTO

Perdoem-me a franqueza de comentário, mas acho o Luto tão racista... Porque a sua cor tem que ser preta???
Creio que seria tão mais fácil se o Luto fosse com uma cor mais viva, como o amarelo, ou o rosa, ou verde...Pelo menos mascararia um pouco o seu sentido, dessa forma 'quem sabe' doeria menos, não é? Mascarar a dor, como fazemos dentro de nós mesmos tantas vezes, sorrindo um poço de lágrimas...
Luto já é uma palavra doída, tanto quanto o Fim...O Fim dói, o Adeus também dói!
Sabe...não gosto dessas palavras, não gosto do Adeus, pois é um 'tchau' sem reencontros.
Não gosto também do Fim, pois o Fim é o início das lacunas.
Lacunas...Taí outra coisa terrível!
O término! o fim é doloroso por si só, também pela morte de sonhos e mais ainda pela certeza das lacunas...Lacunas no celular, nas manhãs ao acordar, nos finais de semana...
Lacunas de carinhos, de conversas, de companheirismos, de sonhos...de risos...de 'brigas'...de sexo...
Até que os dedos se 'desapeguem' da memória, os digitos daquele número de celular, haverá luto!
Até que os Finais de Semana encontrem outro sentido, haverá luto!
Até que as manhãs e as madrugadas tenham números para realizar chamadas, haverá luto!
Até que me acostume com a ausência de conversas, risos, charmes, cumplicidades, haverá luto!
Até que eu volte a acreditar, haverá Luto!


Luto é dolorido...Deveria ser colorido...

Mas muita coisa não se esquecerá, até pela urgência em se esquecer delas. A ansiedade em chegar, a dor em partir, a delícia de fazer compras, de cozinhar, de sair...de ver um por-do-sol (que nao foi visto), de pegar na mão durante um filme no cinema, de ser acordado de um pesadelo, de receber elogios, de ser 'assediado', de receber arrepio nas costas e carinho nas orelhas, de conversar sobre medo, sociedade, romantismo, pos-modernidade e outras tantas coisas. Sobre esperar nascer botoes de rosas, de levar rosas, de fazer surpresas, poesias, de enfrentar os perigos da estrada...Muita coisa não se esquecerá, vou tentar guardar num canto bem escuro do meu quarto, até que decida limpá-lo novamente de todo medo, de todo trauma, de toda magoa, de toda desilusão! Sei que mesmo me achando forte o suficiente, o 'baque' será inevitável.

Até que aprenda de novo a ser eu mesmo!

Perdão com toda minha sinceridade, Obrigado com toda minha cumplicidade, Adeus com toda minha saudade!

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