quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Prazeres

Acaso desejas que seja teu, todo meu amor?
Lança teu desejo sobre meu corpo adormecido
No escuro, sozinhos, em que estamos escondidos
Serás o meu pecado e serei teu confessor

Arrepia-me os poros, a tua língua serena
Desvendando-me o relevo às minhas costas
Rasgarei, em dentes, tuas vestes descompostas
Experimentarei o sabor da tua pele morena

Prepara-te os pensamentos, iniciemos a festa
Sussurre-me tua necessidade em meus ouvidos
A floresta há de encher-se com teus gemidos
Enquanto rompemos o elástico das pernas

E quando os corpos não mais suportarem o atrito
Entrelaçados, suados, colados, explodirem unidos
Relaxadamente, sobrepostos, felizes e doloridos
Verei teus olhos: dos prazeres o mais bonito!

Gustavo Leão

Um comentário:

  1. A estrutura do poema nos causa leveza durante a leitura. O "prazer" transmitido através de seus versos arde na carne e no coração. Parabéns!!

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